Como já foi visto, a questão da deficiência em diversas culturas esteve vinculada à noção de estigma. Nas sociedades primitivas, os cegos eram abandonados uma vez que não conseguiam contribuir para a sobrevivência do grupo. Na Antiguidade Clássica e na Idade Média, esta deficiência estava relacionada à incapacidade, a conhecimentos místicos (dádiva dos deuses) ou à punição divina. As estradas e vilas medievais estavam repletas de cegos pobres que dependiam da caridade dos outros. Vários cegos também buscavam refúgio em abadias ou monastérios ou tocavam instrumentos musicais para sua sobrevivência.
Atribui-se ao rei francês Luís IX (1214- 1270) a construção de inúmeros asilos-hospitais, dentre eles o “Quinze-Vingt”. Este hospital para cegos tem seu nome baseado no número de internos no período: trezentos. Alguns afirmam que os primeiros internos deste local foram os cavaleiros que ficaram cegos nas Cruzadas. Deve-se destacar que os internos deste hospital continuaram a pedir nas ruas de Paris. Neste mesmo hospital, por volta de 1780, ocorreram as primeiras tentativas para o treinamento de cães guia.
Outros hospitais para deficientes visuais surgiram nos séculos XIII e XIV. Na maioria dos casos, era uma tentativa de tirá-los das ruas. O Instituto Real para Jovens Cegos em Paris, fundado por Valentin Haüy em 1784, foi a primeira instituição para cegos voltada para a educação.
Na era moderna, com os avanços na área médica e tecnológica, a cegueira passou a ser vista como deficiência sensorial. Na era pós-moderna, apesar de ainda estar em estágios iniciais, busca-se a inclusão participativa dos portadores de deficiências visuais na sociedade.
1) Um olhar através da História: analisando a cegueira nas sociedades ao longo do tempo. Disponível em: http://cora.geografiaueg.com/visao_academica/revista/2012_maio/cegueira_sociedades.pdf
2) A cegueira ao longo da História. Disponível em: http://www.deficienciavisual.pt/cegueira-literatura.htm
3) Cegueira. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cegueira
4) Intervenção precoce: reflexões sobre o desenvolvimento da criança cega até dois anos de idade . Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/68/2686
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